Felicidade e helenismo

Marcello Fontes e Henrique Gonçalves de Paula *

Chegando ao final de um ano difícil e trágico para tantos, pode parecer em um primeiro momento estranho falar em felicidade. Até o momento em que escrevemos estas linhas passamos de 191.500 mortos no Brasil e 1.768.000 mortos em todo o mundo na pandemia de Covid – 19 que ainda enfrentamos. Talvez você que nos lê tenha perdido um ente querido, um familiar ou um amigo, ou vários. Ou mesmo tenha ficado doente e sofrido bastante, lidando ainda com as sequelas da enfermidade. Pode ser que tenha perdido seu emprego ou visto sua renda declinar com a necessidade do isolamento social. Com tudo isso, dá mesmo para se falar em felicidade? É oportuno e conveniente?

A Filosofia produzida no período do helenismo nos ensina que não apenas é possível, mas necessário e relevante pensar sobre a felicidade, mesmo diante das maiores crises e tragédias pelas quais eventualmente passemos. Porque, como iremos ver mais detidamente, para os filósofos deste período há uma necessidade quase atávica de produzir uma resposta para a pergunta pela felicidade, até mesmo em função da realidade por eles vivida, que para muitos não era das mais fáceis, principalmente se comparada aos tempos precedentes. E tal posição está diretamente relacionada à situação social, política e existencial deste período.

Como tudo em termos de terminologia, o termo helenismo foi inventado pelo historiador alemão especialista em cultura clássica Johann Gustav Droysen (1808 – 1884) para estabelecer um quadro compreensivo sobre a interação da cultura helênica com a cultura asiática. O termo helênico vem de heleno, ou seja, o habitante da Hélade, nome pelo qual os territórios atualmente pertencentes à moderna Grécia eram denominados durante a Antiguidade Clássica, principalmente antes da conquista romana da região. Mas é interessante observar que este termo (heleno), utilizado desde o período homérico, era usado não só no sentido geográfico, mas também ao conjunto de valores e ideais que conformavam a civilização grega. Mas como se passou de cultura helênica para helenismo como um período peculiar da História e da Filosofia?

Convencionou-se desde o século XIX a designar helenismo as atividades culturais do período transcorrido entre a morte de Alexandre Magno em 323 a. C. e  o fim da República Romana, em 31 a. C. As principais escolas filosóficas deste período são o epicurismo, o estoicismo e o ceticismo. O helenismo do modo como é tradicionalmente compreendido tem a ver com os resultados das ações militares e conquistas do macedônio Alexandre Magno, aluno de Aristóteles, que possuía a convicção de ter a Grécia uma importante missão civilizatória e cultural em relação ao restante do mundo. Sem desconsiderar as peculiaridades culturais e religiosas dos povos que dominou, Alexandre fez com que a cultura grega se tornasse conhecida e dialogasse com as demais, em particular orientais. A língua grega tornou-se o koinê, dialeto comum dos territórios conquistados. Alexandria, cidade por ele fundada no Egito em 331 a. C., viria a se tornar um polo de difusão cultural que inclusive superaria Atenas no período.

Provável estrutura da lendária Biblioteca de Alexandria e seu Museu

O período helenístico é marcado pelo fim da Pólis grega, ou seja, a autonomia política das diversas cidades da Hélade, que para muitos, particularmente no caso de Atenas e a democracia ali surgida, expressaria o próprio espírito helênico, que via o indivíduo acima de tudo como um cidadão, condição na qual toda sua vida e conduta deveriam ser pautadas. A perda desta condição, com o domínio primeiro macedônio e depois romano, que torna o grego em mero súdito de um império quase onipresente e distante do ponto de vista de sua realidade, faria com que certo trauma surgisse em meio aos helenos. Não faria mais sentido, deste ponto de vista, refletir sobre política ou teorizar sobre o ser. Seria necessária uma busca de si mesmo para encontrar sentido na própria existência.

A despeito de ser esta visão hoje muito questionada, o fato inequívoco é que existe uma preponderância da ética nas reflexões do período helenístico, que irão refletir um tema de certo modo comum: a busca da felicidade. E mais do que nunca, embora esta já possa ser uma característica muito marcante no pensamento de Sócrates e nas escolas filosóficas que nele se inspiraram, a filosofia helenística passa a ser acima de tudo a escolha de um estilo de vida a ser seguido de modo coerente com as teses defendidas por cada pensamento da época. E aquilo que é demonstrado com a própria vida passa a ser tão ou mais importante do que aquilo que se apregoa.

[…] são filosofias que querem responder a uma demanda e se modelam por essa demanda. Seria justo, mas insuficiente caracterizar essa demanda como uma demanda de felicidade, pois as outras filosofias gregas também procuraram satisfazê-la […] Na época helenística, porém, a demanda de felicidade pela filosofia parece mais espalhada, mais subjetiva, mais impaciente […]

jacques Brunschwig, A filosofia à época helenista

A razão para esta presença da felicidade como tema preponderante parece estar ligada não a um suposto declínio da própria filosofia clássica de Platão e Aristóteles, como já defenderam alguns, mas a uma necessidade de que os conhecimentos teóricos e os mecanismos da razão só farão realmente sentido se tiverem um fundo moral, um significado direto para a vida e que lhe dê sentido. A realidade do helenismo e seus desafios existenciais diversos do período anterior parecem trazer certo predomínio da phronesis (prudência ética, sabedoria moral, inteligência razoável ou sensatez). Até porque a filosofia neste período não apenas ressalta uma escolha de vida, como já dito, mas também passa a ser vista como uma espécie de terapia para a alma, como veremos. O enfoque do presente artigo será o epicurismo e o estoicismo, onde tais concepções mais facilmente se podem verificar. Oportunamente, em outro artigo, falaremos sobre o ceticismo.

Epicuro de Samos (341 – 270 a. c.)

Epicuro nasceu na ilha de Samos em 341 a.C., mas foi em Atenas que fundou três décadas depois a escola filosófica conhecida como o Jardim, depois de passar por outras cidades gregas. Mais do que uma escola, o local era a morada do filósofo grego onde convivia com seus discípulos e amigos em uma espécie de pequena comunidade autossustentável. Epicuro é lembrado na história do pensamento por ter não apenas pregado, mas igualmente vivido os princípios de sua filosofia. Aos olhos de seus discípulos foi uma inspiração tão solene a ponto de ser descrito pelo poeta e filósofo romano Lucrécio como um iluminador da humanidade e chamado de “glória do povo grego”, ou mesmo, de um verdadeiro “deus”. Não por acaso, Epicuro afirmava que aqueles que se tornassem capazes de levar o modo de vida por ele pregado “caminhariam como um deus entre homens”, e ao mestre seus discípulos atribuíram este caráter divino. 

É curioso, portanto, que embora tenha causado a admiração até mesmo de grandes representantes de escolas filosóficas antagônicas – como a do estoico romano Sêneca, que aprovava a recomendação “age como se Epicuro te observasse” – seu pensamento tenha sido propositalmente deturpado e sua escola difamada por seus adversários intelectuais, o que, no mínimo,  mostra quão acirrada era a rivalidade entre as escolas filosóficas na Antiguidade, especialmente entre a epicurista e a estoica. Os ataques à sua filosofia, porém, se explicam muito menos por isso do que pelo teor do princípio cardeal de sua ética – a tese de que o prazer é o bem supremo à vida humana. Epicuro seria, certamente, o primeiro a ressaltar que tal tese mal compreendida poderia conduzir uma existência à ruína, e não à felicidade.

Em filosofia, denominamos hedonismo o ponto de vista de que o prazer (em grego, hedoné) é o bem ou o guia máximo à vida humana, como queria Epicuro. O hedonismo epicurista, porém, está muito longe de propor uma existência dissoluta, desregrada ou mesmo frívola.  O filósofo reconhecia que a felicidade depende de uma vida prazerosa, mas igualmente de um estado de espírito denominado pelos gregos de ataraxia, ao pé da letra, a condição de “ausência de perturbações”.

Assim, a vida feliz não é somente prazerosa, mas também sóbria, calma e tranquila. O prazer que Epicuro louvava, na verdade, é o que identificamos à satisfação de uma necessidade fisiológica premente, ou seja, à remoção de uma dor, um incômodo ou algum tipo de sofrimento, como a fome ou a sede. Por isso, alertava que nem todo prazer deve ser perseguido, pois pode acarretar no futuro mais desvantagens do que as vantagens presentes, e não recusava toda dor ou sofrimento imediato desde que este pudesse proporcionar benefícios posteriormente. A este cálculo para a seleção do que vale a pena à vida, que pesava dores e prazeres presentes e futuros, Epicuro acrescentava ainda o princípio da medida: ora, o excesso é sempre causador de sofrimento.

Além disso, é preciso identificarmos quais desejos devemos, de fato, satisfazer, pois além dos naturais e necessários, de cuja satisfação nossa sobrevivência depende, como os já exemplificados da fome e da sede, há aqueles que não são necessários, embora sejam naturais, como o sexo ou o desejo por uma iguaria, que Epicuro considerava potencialmente problemáticos, provavelmente por diminuírem nossa liberdade e sossego. Os desejos do pior tipo, contudo, são os não naturais, aqueles inventados pela imaginação humana, por isso denominados “vazios”, como a ânsia pelo poder político, pela glória e pela fama – para Epicuro sempre danosos e com relação aos quais ele oferecia o valioso conselho “viva escondido” (lathe biosas, em grego).

Então, quem obedece à natureza e não às vãs opiniões se basta a si mesmo em todos os casos. Pois, ao que é suficiente por natureza, toda aquisição é riqueza, mas, para a infinidade dos desejos, também a maior riqueza é pobreza.

Epicuro de samos

Por tudo isso, podemos entender que, segundo Epicuro, a primeira virtude a ser adquirida por quem busca a felicidade é a moderação. “A quem o pouco não é suficiente, nada é suficiente”, dizia ele em pleno acordo com o adágio grego “nada em excesso”. O ideal a ser atingido é a condição de aponia (termo grego para “ausência de dor”), o que Epicuro sabia que não podia ser plenamente alcançado, mas que se fruiria ao máximo em uma vida simples, frugal e humilde – ele dizia que com um pouco de pão e água poderia rivalizar com os deuses em felicidade, e com um pequeno pedaço de queijo poderia fazer um banquete, exagerando certamente, mas para provar seu ponto. Se hoje à palavra epicurismo se associa o gosto pelo luxo e pela sofisticação, ou ainda, o sensualismo e a libidinagem, nada mais estranho à proposta original de Epicuro.

Mas porque uma vida sem nenhuma tribulação ou infortúnio é impossível, a ataraxia depende igualmente da maneira como pensamos ou encaramos certas questões da existência, e isto Epicuro deixou claro no seu famoso tetrapharmakon, isto é, o “quádruplo remédio”, uma espécie de receita epicurista para a felicidade: “não temer os deuses; não temer a morte; o bem é fácil de ser alcançado; o mal é fácil de ser suportado” – diz o conjunto de preceitos em uma de suas versões.

Sobre como o bem é fácil de ser alcançado, já o compreendemos, uma vez que para Epicuro o prazer é a consecução de uma vida saudável e para isso, como afirmava o filósofo, a natureza dispõe ao nosso alcance tudo o que é necessário. O mal, como vimos, é a dor e o sofrimento, e se há aqueles que a vida moderada não é capaz de prevenir, a confiança de que toda dor tem um fim e de que nos amigos encontramos o apoio necessário à superação de qualquer adversidade, conforta nossa alma que, pode ainda, combatê-los com o recurso à memória de um prazer passado. A tradição garante que Epicuro morreu com muita serenidade após passar em seu leito um período de extrema dor física, dizendo cultivar em sua mente as lembranças das conversas que teve em vida com seus amigos.  

Mas a paz ou a tranquilidade não se alcançam se uma pessoa passa a vida com medo ou ansiedade causadas por crenças falsas e superstições. Por isso, o conhecimento da natureza é imprescindível para a saúde mental. Epicuro que, de fato, entendia a filosofia como uma espécie de terapia ou medicina da alma, defendia que o temor dos deuses é irracional, pois se os deuses são perfeitos não estão preocupados com nossa vida inferior de mortais, e, desta maneira, nem querem nos recompensar nem desejam nos castigar por nossas ações. Do mesmo modo, a morte não deve ser temida, pois “quando ela existe, nós já não existimos, e quando existimos, ela ainda não existe”. Ora, se não é consolador que a morte seja o fim de tudo, como pensava o filósofo, é um fato que ela põe fim ao sofrimento e, deste modo, garante que todo mal um dia acabará.

Epicuro era um filósofo materialista que dispensava como crendice a interferência dos deuses em nossa vida e pregava que o acaso não podia macular em definitivo nossos esforços, garantindo, assim, que a felicidade depende somente de nós e, por isso, está ao alcance de todos. Os estoicos que conheceremos agora eram também materialistas, mas para eles a Providência Divina e o destino eram o centro de sua filosofia que tal como o epicurismo valorizava a tranquilidade ou paz da alma, a ataraxia.

Zenão de Cício

Para os estoicos, a condição de tranquilidade da alma a que associamos sua noção de felicidade também depende do modo como compreendemos a natureza e reagimos ao que pode nos afetar. A escola fundada por Zenão de Cício (333 – 263 a. C.) no Pórtico Pintado de Atenas (stoa poikile, daí o nome da escola) pregava que a vida boa era a vida conduzida de acordo com a natureza. Este princípio referia-se tanto à Natureza universal quanto à natureza humana. Para os estoicos há uma racionalidade divina imanente ao universo que determina a necessidade de cada um dos eventos, fenômenos e acontecimentos que têm lugar na realidade.

Em analogia a este macrocosmo da realidade natural há o microcosmo da alma humana, essencialmente racional também. Por isso, os estoicos afirmavam que a vida de acordo com a natureza é também a vida vivida de acordo com a razão: ora, a vida bem conduzida é a que harmoniza a racionalidade humana individual à racionalidade universal da realidade. Esta vida racional conduzida de acordo com a natureza é precisamente o que os estoicos consideravam a vida virtuosa, a única digna de se viver, e a identificavam à sabedoria.

Epicteto, pintado por Anton Raphael Mengs  (1728 – 1779)

A compreensão de que tudo o que acontece ocorre por determinação de um destino inevitável fundamenta o modo de vida do sábio estoico que ao invés de transformar a realidade para adequá-la a sua vontade, conforma sua vontade ao curso natural dos eventos. Como dirá o filósofo Epicteto (50 – 135 d. C.), um dos grandes expoentes do estoicismo em Roma, local onde a escola encontrará seu máximo desenvolvimento, “não se deve pedir que os acontecimentos ocorram como tu queres, mas deve-se querê-los como ocorrem: assim tua vida será feliz”. A isto se associam dois elementos muito célebres do estoicismo: a resignação e a apatia (ausência de paixões). Infelizmente, uma má compreensão destes dois elementos alimentada ao longo da história deu origem a uma caricatura do sábio estoico como um indivíduo conformista e frio que não corresponde ao que pregavam os filósofos.

A resignação estoica é a compreensão da relação inextrincável da série de causas e efeitos que comanda o universo e a confiança de que esta obedece a um bem maior, o bem do todo, visto que é animada pela própria divindade. Mas está longe de ser uma recomendação à passividade ou ao conformismo diante dos diversos fatos da vida, pois como explicava Epicteto, é preciso distinguir o que está em nosso poder do que não está em nosso poder.

É justamente com relação ao que não podemos mudar que os estoicos advogavam ser inútil resistir. Se não está em nosso poder mudar o curso da natureza, está em nosso poder controlar a maneira como nos sentimos a seu respeito. É, portanto, o direcionamento do pensamento e da afetividade o que está em nosso poder, e, neste sentido, o segredo para a tranquilidade do sábio feliz. A apatia estoica é, portanto, esta indiferença com relação àquilo que não está sob nosso controle e, deste modo, ela se constitui na compreensão do mundo que nos afasta da tristeza, do ódio e do ressentimento.

As coisas são de duas maneiras: algumas dependem de nós, outras não. Dependem de nós a opinião, o movimento de nosso espírito, o desejo, a aversão; em uma palavra, tudo o que constitui os nossos próprios atos. Não dependem de nós: o corpo, os bens materiais, a reputação […]; em uma palavra, aquilo que não constitui os nossos atos. As coisas que dependem de nós são livres por natureza, não podem ser impedidas nem detidas. As outras, em compensação, são débeis escravas, sujeitas a impedimentos e por último são coisas alheias. […] se tomares como livres coisas que são escravas por natureza e por tuas as que são alheias, surgirão continuamente obstáculos após obstáculos e ficarás aflito, perturbado […]

Epicteto

É isto o que realmente podemos escolher: sofrer ou não sofrer, isto é, deixar-nos abalar ou não pelos sentimentos. Neste sentido, conclui Epicteto “quando alguém te magoa ou te irrita, saiba que não é aquele homem que te irrita, mas sim tua opinião”. Não podemos mudar as outras pessoas, mas podemos ser donos das emoções presentes em nossas relações com as pessoas. O indivíduo feliz, para o estoicismo, deste modo, é aquele que aprende a ser dono de si mesmo.

De modo algum isto deve nos conduzir à inação ou à passividade. Os estoicos acreditavam que à virtude se relaciona uma série de deveres que um indivíduo tem com relação aos seus semelhantes. Também não deve nos levar a nenhum rancor com relação à vida. O estoico é alguém que cultiva uma genuína alegria de viver, mas uma alegria sóbria que controla as emoções para que elas não deturpem a razão. A essa alegria de viver se conecta o famoso amor fati (amor ao destino, em latim), marca característica do estoicismo. A ataraxia estoica, portanto, advém tanto da compreensão de que é inútil sofrer quanto da decisão de dizer sim ao que é, ou seja, de cultivar o regozijo com a ordem da realidade.

Os ensinamentos da filosofia helenística, particularmente do epicurismo e estoicismo, têm influenciado a humanidade há milênios. Nem sempre agradaram. Paulo, o apóstolo, supostamente teve um encontro com eles em Atenas descrito em Atos dos apóstolos e posteriormente é quase certo que pensando neles exortou cristãos a não se deixarem “escravizar por vãs e enganosas filosofias”. Diferentemente do platonismo e aristotelismo posteriormente “cristianizados” por Agostinho e Tomás de Aquino, o materialismo e o empirismo das filosofias helenísticas  as tornaram menos propícias para uma aceitação cristã.

Após conhecer um pouco do pensamento do helenismo sobre a felicidade, talvez você possa se perguntar o que lhe impede de ser feliz. E vimos desde o início que, ainda que possa parecer paradoxal, aquilo que nos envolve, por mais difícil e aparentemente trágico que se afigure, não será o determinante para a felicidade ou infelicidade, mas acima de tudo nossa postura diante dos acontecimentos, sejam eles quais forem.

Aproveitando a costumeira reflexão de final de ano que desta vez certamente ocorre de modo mais dramático, pense sobre como os prazeres tem lugar em sua vida, se você os frui como benefício ou é escravizado por eles. Tem conhecido a tranquilidade da alma, necessária para uma vida feliz, quer seja pela compreensão de que é preciso sobriedade no uso dos prazeres, quer seja pela aceitação de que há coisas que não dependem de você? Possivelmente, a grande lição do helenismo sobre felicidade é que ela não depende de outros ou de fatores externos, mas de suas convicções interiores. Ser feliz, portanto, depende apenas de você. Lembre-se disso e “feliz” ano novo!

* Henrique Gonçalves de Paula é Bacharel e Licenciado em Filosofia pela UNESP, Mestre e Doutor em Filosofia pela USP. Marido da Aline e pai do Rafael e do Luiz Felipe, atualmente é professor efetivo de Filosofia da Rede Pública Estadual. Escrevemos este artigo a quatro mãos, o primeiro do coletivo terceira margem, como fruto de nossas infindáveis conversas e de nossa feliz amizade.

Imagem em destaque: mosaico antigo de autoria desconhecida sobre Alexandre Magno exposto no Museu do Louvre.

Para saber mais:

Epicuro: Carta sobre a Felicidade

7 comentários em “Felicidade e helenismo

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    1. Caro Marcos, o artigo foi escrito a quatro mãos. Seja bem vindo para ler outros artigos no blog.

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    1. Caro companheiro, vindo de você o elogio muito me honra. Creio que esse foi o primeiro escrito a quatro mãos do terceira margem.

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